Um dos dilemas da incorporação da pesquisa do HPV à rotina de rastreamento do câncer de colo de útero é exatamente o impacto psicológico que o teste positivo pode trazer para as mulheres.
Na minha rotina como Oncoginecologista utilizo a pesquisa de HPV como ferramenta de estratificação de risco e seguimento das minhas pacientes, mas antes faço questão que TODAS sejam orientadas quanto aos conceitos básicos da evolução da infecção pelo vírus na mulher.
Sabe por quê? Principalmente porque não quero que elas se preocupem excessivamente!
Na minha experiência, verifico que a maioria das mulheres hiperdimensiona o risco de câncer embutido no diagnóstico do HPV . Na verdade praticamente TODAS as mulheres sexualmente ativas serão ‘infectadas’ ao longo da vida e apenas uma MINORIA estará em risco aumentado de câncer, ao desenvolver uma infecção persistente associada a cofatores como cigarro, imussupressão etc.
Portanto se você testou positivo para o HPV, tenho algumas coisas para te dizer:
É UMA CONDIÇÃO EXTREMAMENTE COMUM
A maioria das pessoas sexualmente ativas ( praticamente todas!) terá contato com o HPV em algum momento de suas vidas.
Após o início sexual, em idades jovens, há alta taxa de infecção, onde os estudos mostram intensa prevalência do vírus; estima-se que, após 2 anos do início sexual, 50% das mulheres já apresentam teste positivo para a presença do DNA de HPV.
A MAIORIA DAS PACIENTES NÃO TERÁ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INFECÇÃO
A maioria destas infecções, entretanto, apresenta caráter transitório, onde há clareamento do vírus em torno de 2 anos.
Cerca de 10% das mulheres (uma minoria!) não apresentam clareamento, o que torna a infecção persistente.
É PRECISO ANOS DE INFECÇÃO PERSISTENTE PARA TER LESÃO
Somente os casos de infecção persistente por tipos oncogênicos de HPV levam a mulher a um maior risco de desenvolver lesões precursoras ou câncer de colo uterino.
Em estudos de coorte, a persistência do tipo 16 do HPV por 10 anos, leva a uma incidência cumulativa de 17% em desenvolver NIC III ou câncer.
Lembrando que há exceções : mulheres imunossuprimidas, fumantes, desnutridas, vaginoses de repetição dentre outros fatores podem “ abreviar” o tempo necessário para o surgimento de uma lesão neoplásica.
Ainda assim, pacientes com infecção persistente podem ter um acompanhamento oncoginecológico mais rigoroso, que permita a detecção de qualquer lesão precursora antes de se tornar câncer.
Se o seu teste veio positivo para HPV e seu colpocitológico está normal, muito provavelmente você não tem motivo para se preocupar!
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