A Slow Medicine ( cuja significado vai muito além da sua tradução literal – Medicina sem Pressa ) surgiu em 2011, como reação à fragmentação do cuidado e à hipervalorização da tecnologia, estabelecendo como diretriz um retorno à assistência em saúde e vivência da Medicina guiada por princípios éticos e de qualidade.
A Slow Medicine enfatiza a anamnese cuidadosa, o exame físico completo e a observação dos vários aspectos da vida e da rotina do paciente. É importante lembrar que o propósito dos cuidados médicos é promover a saúde e o bem-estar, e não simplesmente utilizar sem critérios científicos e racionais a crescente variedade de exames, terapias e intervenções de alto custo.
Embora a inovação seja um dos pilares da boa Medicina, acreditamos que os avanços clínicos precisam ser adotados e implementados de maneira gradual e metódica, e somente depois que ficar claro que a dita inovação é comprovadamente superior e benéfica aos olhos da Ciência.
Nem sempre MAIS significa MELHOR
Vale refletir sobre o fenômeno em escala global, que nos afeta tanto a nível individual quanto coletivo – a nossa obsessão pela velocidade, facilidade e novidade está nos desgastando, minando a qualidade de nossas vidas e ameaçando nossa integridade física. Com a indústria da Saúde não é diferente :
soluções aparentemente rápidas e mágicas para doenças crônicas e dores ancestrais como o envelhecimento pululam sob a forma de promessas como ‘anti-aging’, ‘chip da beleza’, ‘suplementos anti-câncer’.
É neste cenário que o movimento da Slow Medicine propõe uma mudança de paradigma necessária, com o objetivo de utilizar os avanços no conhecimento de forma honesta, responsável e consciente.
Nós tendemos a nos maravilhar com a crescente tecnologia e com o impacto sobre nossas vidas e – por que não? – no diagnóstico e tratamento de doenças. Há uma crença inabalável de que toda inovação é boa; se você não gosta disso, deve ser retrógrado ou ultrapassado. Sob esta ótica, toda mudança é necessariamente boa. É uma visão de mundo particular que transforma todas as coisas novas, fáceis e velozes em desejo imediato.
No entanto, um olhar atento ao passado pode resgatar práticas mais singelas e reconfortantes e por isso é fundamental encontrar formas de celebrar os saberes tradicionais na Medicina, como a capacidade de escutar atentamente e estabelecer vínculos verdadeiros, e incorporá-los aos incríveis avanços tecnológicos de hoje.
Diagnosticar e tratar doenças é uma tarefa complexa, que vai muito além de uma postura tipo “gerenciamento de crise”, em que cada problema está relacionado a uma sequência de ações, exames e terapias, visando à solução mais imediata possível. É indispensável estabelecer conexões entre cada aspecto da saúde física e emocional do paciente. Não é uma tarefa fácil. A simples idéia da doença e da morte desperta o desconforto de sentir que nossas vidas estão fora de controle.
Por isso, a Slow Medicine que praticamos em nosso Consultório assume o desafio de evoluir a partir dessa visão limitada, que reduz o paciente ao seu diagnóstico e a uma prescrição, em busca da construção de um vínculo verdadeiro que traga bom-senso, equilíbrio e respeito à individualidade na tomada de decisões.
Afinal, você merece ser atendido sem pressa, com todo o cuidado e atenção que a sua doença e a sua própria pessoa merecem, principalmente num momento delicado de uma suspeita ou diagnóstico de câncer. Entre em contato conosco e saiba mais sobre o nosso trabalho.