Dúvida frequente e angústia dos pacientes oncológicos:
“Será que estou curado?”
A busca por certeza é compreensível, mas vamos explorar o conceito na prática médica sobre “curado” e “livre de doença”.
CURADO na literatura médica é definido como a ausência de sinais e sintomas de câncer após o tratamento. É quando os exames médicos não detectam mais a presença da doença.
Curado(a) é a definição direta e categórica que todos desejam ouvir do seu Oncologista, correto?
No entanto, é importante entendermos as especificidades do seguimento de um paciente com câncer. Após o tratamento bem-sucedido, pode-se dizer que pacientes entram em uma fase chamada de “remissão”.
Isso significa que não há evidências de doença ativa, mas ainda existe a possibilidade de células cancerígenas remanescentes, que não podem ser detectadas pelos exames atuais.
É por isso que nós, oncologistas, consideramos mais acertado o uso da terminologia “livre de doença” em vez de “curado”. A condição de “livre de doença” significa que, com base nos exames disponíveis, não há evidências de câncer. No entanto, não podemos garantir que não haja células cancerígenas em níveis muito baixos, indetectáveis pelos exames.
A vigilância e o acompanhamento médico contínuos são essenciais para monitorar qualquer recorrência ou sinais de retorno da doença. Recomendamos consultas e exames físicos regulares, associados a exames laboratoriais e radiológicos. O intervalo entre os exames – quatro meses, seis meses, um ano – depende do tipo de câncer e do tempo transcorrido desde o diagnóstico e tratamento.
O câncer é uma doença complexa e variável.
Como cirurgiã oncológica eu preciso deixar claro ao paciente que o procedimento e acompanhamento não será como – por exemplo – uma histerectomia para tratamento de miomas, um retirada de vesícula por cálculos, em que a cirurgia significa a resolução final do problema. A relação médico- paciente no contexto da Oncologia é duradoura e estreita e nosso encontros devem ser frequentes.
Além disso, cada paciente responde de maneira única ao tratamento e o risco de recorrência pode variar de acordo com o tipo e estágio do câncer, bem como com fatores individuais.
Por isso, é FUNDAMENTAL que os pacientes mantenham o seguimento com seu oncologista – clínico e cirurgião – mesmo após o tratamento bem-sucedido. Isso garante a detecção precoce de qualquer recorrência e permite uma ação rápida diante de qualquer achado suspeito.
Sabemos que o peso da incerteza sobre a CURA é motivo de sofrimento para nossos pacientes e por isso em nosso consultório buscamos abordar todos os aspectos da doença – antes, durante e após o tratamento.
Acreditamos que a principal arma contra o medo e a insegurança é a comunicação assertiva entre oncologista e paciente, para que este último, munido de conhecimento e informação sobre sua doença, possa progressivamente recuperar sua tranquilidade.Este cuidado médico contínuo, principalmente quando associado a suporte e terapia psicológica, é o que garantirá a saúde e o bem-estar a longo prazo.
Se você é um paciente oncológico e já se debruçou sobre o que realmente significam os termos ‘curado’ versus livre de doença, deixe aqui seu comentário.
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