Os tumores de células da granulosa são o tipo mais comum de tumor estromal do cordão sexual e representam apenas 2-5% de todas neoplasias ovarianas. São tumores raros e de comportamento indolente, com curva bimodal de incidência conforme faixa etária, sendo mais frequentes entre os 8-16 anos (tipo juvenil) e na pós menopausa entre 46-50 anos (tipo adulto).
Um dado clínico peculiar deste tipo de tumor é a sua capacidade de secretar estradiol, podendo causar hiperestrogenismo e puberdade precoce quando acomete meninas ou adolescentes. Outros sinais e sintomas comuns são irregularidade menstrual, amenorréia, hiperplasia do endométrio, sangramento transvaginal e presença de massa abdominal palpável. Felizmente a maior parte dos diagnósticos é feita em estágio inicial (doença restrita ao ovário e não disseminada para outros órgãos) e tem um prognóstico favorável: a sobrevida em 10 anos de pacientes estadio I adequadamente tratadas cirurgicamente supera os 95%.
Falando sobre cirurgia e controle da doença, vale lembrar que o tratamento cirúrgico dos tumores da granulosa é baseado no estágio do tumor e na idade do paciente. Adolescentes ou pacientes em idade reprodutiva com doença em estágio inicial são preferencialmente tratadas com salpingo-ooforectomia unilateral ( retirada do ovário comprometido e das trompas) e estadiamento cirúrgico (biópsias múltiplas) a fim de preservar a fertilidade. Em mulheres na pós-menopausa e naquelas com prole definida, a cirurgia consiste em uma histerectomia abdominal total e salpingo-ooforectomia bilateral, juntamente com o estadiamento cirúrgico padrão.
O papel da Quimioterapia e da Radioterapia como terapias adjuvantes ainda não está bem definido e estas modalidades são indicadas para pacientes com doença avançada, recorrente ou metastática.
Um dado importante: de todas as neoplasias malignas ginecológicas, estão entre as que mais apresentam recorrência tardia (até duas décadas após o tratamento) e crescimento lento. Ou seja, após o diagnóstico inicial, as recidivas podem permanecer indetectáveis por mais de 5 anos, sendo portanto mandatório o seguimento oncológico prolongado, além deste período.
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